ILHÉUS – O ex-prefeito Mário Alexandre, o Marão (Avante), confirmou que vai disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) em 2026. Mas o que era pra ser um ato de força virou um sinal de alerta: o evento de lançamento da candidatura acabou revelando o tamanho da crise dentro do grupo maronista.
O cenário foi simbólico: nenhum dos oito vereadores que formavam a antiga base de apoio de Marão e da deputada Soane Galvão (PSB) apareceu. Nem um. A ausência geral foi interpretada como um recado direto e nada amigável. Nos bastidores, o consenso é claro: a turma que se elegeu com o apoio do casal não deve subir no mesmo palanque em 2026.
Enquanto isso, lideranças que orbitavam o grupo maronista estão desembarcando e migrando para o lado de Pancadinha (Solidariedade), que vem crescendo e costurando apoios em várias regiões do sul da Bahia. O deputado tem atraído nomes antes fiéis a Marão e já é visto como um dos principais articuladores da nova oposição em Ilhéus.
O resultado é um retrato incômodo para o ex-prefeito: um lançamento sem base e sem fôlego político. O discurso de unidade soou ensaiado, mas a plateia esvaziada e sem representantes do Legislativo deixou claro que a maré virou.
Mesmo com a troca de partido e a entrada no Avante, Marão enfrenta o desafio de reconstruir o que sobrou de um grupo que se fragmentou. Fontes próximas admitem que cargos isolados no SAC e outros órgãos não são suficientes pra segurar a tropa.
O tabuleiro político de Ilhéus está em reconfiguração, e, ao que tudo indica, a candidatura de Marão, em vez de unir, escancarou as fissuras.
