Bets têm 72 horas para excluir beneficiários do Bolsa Família após identidade constatada

Nova normativa obriga plataformas de apostas a encerrar contas de usuários enquadrados em programas sociais, com consultas automáticas e devolução de valores pendentes.

As casas de apostas digitais popularmente chamadas de bets serão obrigadas a encerrar as contas de usuários que recebem benefícios sociais, como Bolsa Família e BPC, no prazo máximo de 72 horas após serem identificados como beneficiários. 

Essa exigência consta em novas regras publicadas no Diário Oficial da União e atende a decisões do STF que proíbem o uso de recursos de auxílios governamentais para apostas online. 

🔍 Mecanismo de verificação

Para garantir o cumprimento da norma, as plataformas terão um sistema de consulta a bases de dados públicas. Esse sistema deverá verificar se o usuário é beneficiário no momento do cadastro ou no primeiro login, e também em revisões periódicas. 

Para os usuários já cadastrados, caso sejam identificados como beneficiários, as contas deverão ser encerradas dentro das 72 horas seguintes à detecção. 

Além disso, será obrigatória uma nova checagem de toda a base de clientes a cada 15 dias, para identificar quem tenha passado a receber benefícios recentemente. 

💰 O que acontece com o saldo da conta?

Quando uma conta for cancelada, o usuário será comunicado e poderá resgatar os valores que tiver disponível. 

Se esse saque não for feito em até 180 dias, o montante será destinado a fundos públicos por exemplo, ao Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). 

Caso o beneficiário deixe de receber o auxílio, ele poderá voltar a utilizar as plataformas normalmente. 

📅 Prazos e implantação

As regras devem entrar em vigor imediatamente após a publicação, e as plataformas terão até 30 dias para implementar o sistema de verificação automático. 

Durante esse período de transição, as consultas serão feitas para novos cadastros, logins e revisões. 

⚖️ Justificativa e impacto

O objetivo dessas medidas é evitar que os recursos destinados a programas sociais acabem sendo utilizados em apostas, preservando sua destinação inicial como garantir segurança alimentar, educação ou saúde para famílias em situação vulnerável. 

Especialistas veem a norma como um mecanismo de proteção social, ainda que diga-se que regiões com menor acesso à informação ou tecnologia possam enfrentar dificuldades de adaptação.

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