
O ex-diretor da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira, que integrou a cúpula da corporação durante o governo Lula (PT), foi preso nesta quarta-feira (17) em Minas Gerais, durante a Operação Rejeito. A ação investiga uma organização criminosa suspeita de corrupção, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.
Teixeira atuou como diretor de Polícia Administrativa no início da gestão do atual diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e deixou o cargo no fim de 2024. Segundo as investigações, ele teria negociado direitos minerários com a organização, apontada como responsável por movimentar aproximadamente R$ 1,5 bilhão em lucros e projetos com potencial superior a R$ 18 bilhões.
Entre os investigados também está Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM). A Polícia Federal considera Teixeira uma “peça central” na estrutura do grupo, que usava lobistas e empresas de fachada para controlar negócios do setor de mineração sem aparecer formalmente.
A operação, que conta com apoio do Ministério Público Federal e da Receita Federal, cumpre 79 mandados de busca e apreensão, 22 prisões preventivas, além do afastamento de servidores públicos, bloqueio de R$ 1,5 milhão e suspensão de empresas envolvidas.
De acordo com a PF, o grupo corrompia servidores de órgãos federais e estaduais, incluindo o Iphan, ANM, FEAM e Semad, para obter licenças ambientais fraudulentas.
Rodrigo de Melo Teixeira tem histórico em casos de repercussão nacional. Foi responsável pelas investigações do atentado contra Jair Bolsonaro, em 2018, em Juiz de Fora, e pelas primeiras apurações da tragédia de Brumadinho, em 2019. Também ocupou cargos estratégicos na gestão pública mineira, como secretário adjunto da Secretaria de Defesa Social (2015-2016), presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (2016-2018) e secretário adjunto de Segurança da Prefeitura de Belo Horizonte (2019-2022).
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