
O ex-diretor da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira, que integrou a cúpula da corporação durante o governo Lula (PT), foi preso nesta quarta-feira (17) em Minas Gerais, durante a Operação Rejeito. A ação investiga uma organização criminosa suspeita de corrupção, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.
Teixeira ocupava o cargo de diretor de Polícia Administrativa no início da gestão de Andrei Rodrigues, atual diretor-geral da PF, mas deixou a função no fim do ano passado. De acordo com as investigações, ele teria negociado direitos minerários com o grupo criminoso, que atuava no setor de mineração de forma irregular. O lobista Gilberto Henrique Horta de Carvalho, apontado como peça-chave na operação, também teve prisão decretada.
Entre os alvos da operação está ainda Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM). Segundo a PF, o esquema movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão em lucros, com projetos avaliados em mais de R$ 18 bilhões.
A Operação Rejeito conta com o apoio do Ministério Público Federal e da Receita Federal e inclui o cumprimento de 79 mandados de busca e apreensão, 22 prisões preventivas, bloqueio de R$ 1,5 milhão, afastamento de servidores e suspensão de atividades de empresas ligadas ao esquema.
As investigações indicam que o grupo corrompia servidores de órgãos como o Iphan, ANM, FEAM e Semad, conseguindo licenças ambientais fraudulentas para avançar nos projetos minerários.
Rodrigo de Melo Teixeira tem histórico de destaque em grandes casos, como a investigação do atentado contra Jair Bolsonaro em 2018 e as primeiras apurações sobre a tragédia de Brumadinho em 2019. Ele também exerceu cargos estratégicos em Minas Gerais, incluindo a presidência da Fundação Estadual do Meio Ambiente (2016-2018) e funções na Secretaria de Defesa Social e na Prefeitura de Belo Horizonte.
