Advocacia do Senado solicita prisão preventiva de Ciro Gomes por violência política de gênero contra Janaína Farias

Advocacia do Senado solicita prisão preventiva de Ciro Gomes por violência política de gênero contra Janaína Farias

Imagem reprodução

A Advocacia do Senado Federal protocolou, na última quinta-feira (4), um pedido de prisão preventiva contra o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT). O pedido, direcionado à Justiça Eleitoral do Estado, fundamenta-se em acusações de violência política de gênero contra a prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias (PT).

Segundo o documento, as declarações de Ciro Gomes, feitas em agosto e abril, configuram risco concreto à integridade da vítima. A Advocacia do Senado argumenta que, à época dos fatos, Janaína Farias ocupava o cargo de senadora, representando a Casa Legislativa, e que as ofensas proferidas por Ciro ultrapassam os limites da liberdade de expressão, configurando-se como violência política de gênero.

Em resposta, a defesa de Ciro Gomes refutou as acusações, alegando que as declarações foram manifestações legítimas de crítica política e não configuram crime. O advogado Walber Agra afirmou que não há fundamentos jurídicos para a prisão preventiva e que o pedido representa uma tentativa de criminalizar o exercício da liberdade de expressão.

O caso está sendo analisado pela 115ª Zona Eleitoral de Fortaleza, sob a responsabilidade do juiz Victor Nunes Barroso. Além do pedido de prisão preventiva, a Advocacia do Senado sugeriu medidas cautelares alternativas, como proibição de contato, vedação a novas manifestações públicas com ofensas, e impedimento de aproximação física em menos de 500 metros.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), manifestou apoio ao pedido de prisão preventiva, classificando as ofensas de Ciro Gomes como “gravíssimas” e caracterizando-as como “machismo repugnante”. Ela destacou que Ciro vem desafiando a Justiça com reiteradas ofensas desde 2024 e expressou solidariedade à prefeita Janaína Farias.

Este pedido de prisão preventiva ocorre em um contexto de crescente preocupação com a violência política de gênero no Brasil, especialmente contra mulheres em cargos eletivos. A legislação brasileira, por meio do artigo 326-B do Código Eleitoral, tipifica como crime a prática de violência política de gênero, incluindo atos de assédio, constrangimento, humilhação, perseguição ou ameaça a candidatas ou detentoras de mandatos eletivos, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

O desfecho deste caso poderá estabelecer precedentes importantes para a proteção das mulheres na política brasileira e para a definição dos limites da liberdade de expressão no contexto político.

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