Ilhéus, BA O triplo feminicídio que chocou a cidade no fim de semana acendeu um novo embate político na Bahia. O prefeito de Ilhéus, Valderico Junior (União Brasil), usou as redes sociais para criticar duramente o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e a política de segurança do estado.
“Esses crimes são o retrato cruel da incompetência do governador e da segurança pública da Bahia. Ilhéus não é um caso isolado, é um sintoma da doença que toma toda a Bahia”, afirmou Valderico. Ele lembrou que o município está entre as nove cidades baianas que aparecem na lista das 20 mais violentas do Brasil.
As vítimas foram identificadas como as professoras Alexsandra Oliveira Suzart e Maria Helena do Nascimento Bastos, além da filha de Maria Helena, a estudante Mariana Bastos. Elas desapareceram na última sexta-feira (15), durante uma caminhada, e foram encontradas no sábado, mortas a facadas em uma área de vegetação próxima à orla da Praia dos Milionários. O caso mergulhou Ilhéus em comoção e revolta.
Prefeitura x Estado: quem responde pela violência?
Valderico destacou que a prefeitura “faz sua parte, mesmo com todos os problemas orçamentários”, mas lembrou que a responsabilidade sobre as polícias Civil e Militar é do Estado. “Governador, a Bahia não precisa de discursos, mas de ações concretas. Ilhéus e todo o povo baiano exigem resultados”, cobrou.
A relação entre o prefeito e o governador já vinha estremecida desde as eleições de 2022. Na ocasião, Valderico coordenou a campanha de ACM Neto em Ilhéus, garantindo a vitória da oposição no município. Segundo o prefeito, a cidade teria sido “punida” pela gestão estadual após a derrota do PT. “Na gestão de Jerônimo, Ilhéus tem obras abandonadas, inacabadas. Há suspeita de que o governador ficou rancoroso com a derrota eleitoral aqui”, alfinetou.
Crise da violência em toda a Bahia
O caso em Ilhéus não é isolado. Dados oficiais mostram que a Bahia figura entre os estados mais violentos do Brasil, com índices alarmantes em cidades como Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista.
O assassinato das três mulheres reacende o debate sobre a efetividade das políticas de segurança. Para especialistas, o episódio é um alerta vermelho para a escalada da criminalidade em todo o estado.
Enquanto o governo promete reforço no policiamento, famílias choram suas perdas e a população cobra medidas urgentes. A pergunta que ecoa é direta: quando o Estado vai agir para frear essa onda de violência que já ultrapassou todos os limites?
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