
Os números são assustadores e colocam o Brasil diante de um cenário que mistura desespero, vício e irresponsabilidade estatal: só entre janeiro e agosto de 2024, beneficiários do Bolsa Família transferiram mais de R$ 10,5 bilhões via Pix para sites de apostas online, conforme levantamento do Banco Central. O dado escancara uma bomba-relógio que vem crescendo nas sombras e agora explode no colo do governo.
Segundo o levantamento, 8,9 milhões de beneficiários participaram desse fluxo financeiro. Só no mês de agosto, foram R$ 3 bilhões movimentados por 5 milhões de pessoas, com média de R$ 100 por apostador. O mais alarmante: a maioria são chefes de família, responsáveis diretos pela renda e alimentação do lar. A pergunta é: onde foi parar o propósito do benefício?
Não é por acaso que o governo Lula já articula medidas emergenciais para barrar esse rombo silencioso. O Ministério do Desenvolvimento Social, junto ao Banco Central, discute a criação de mecanismos para impedir transações com plataformas de apostas utilizando recursos do programa social. A medida deve atingir primeiro o uso do Pix, principal canal de entrada das apostas.
Apesar disso, a farra segue solta em 2025. Ainda sem números consolidados, o cenário já provoca alarme nas autoridades. Dados não oficiais apontam que os gastos continuam crescendo, enquanto relatos de endividamento, abandono escolar e até venda de eletrodomésticos para cobrir prejuízos começam a pipocar em comunidades vulneráveis.
E a raiz do problema não está apenas nas apostas, está na ausência de regulação eficaz. As chamadas “bets” cresceram como um tsunami sobre a população mais pobre, impulsionadas por publicidade massiva, influenciadores e a falsa promessa de dinheiro fácil. Em contrapartida, o que se vê são lares destruídos, famílias endividadas e um Estado impotente diante da própria tragédia anunciada.
Enquanto isso, o varejo perdeu R$ 100 bilhões em consumo redirecionado para apostas. Um verdadeiro desvio de rota da economia brasileira, que vê recursos antes destinados à alimentação, saúde e educação escorrendo pelo ralo digital do vício.
📸 Imagem: IA
