
Um mês depois do brutal assassinato das professoras Alexandra Oliveira Suzart (45), Maria Helena Bastos (41) e da estudante Mariana Bastos (20), a investigação da Polícia Civil de Ilhéus continua cercada de dúvidas. O principal suspeito, Thierry Lima da Silva (23), preso dias após o crime e réu confesso, não teve seu DNA identificado nem nos corpos das vítimas, nem nas três facas analisadas como possíveis armas do crime.
O resultado foi confirmado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Salvador, que também não encontrou digitais dele ou de outros suspeitos nos objetos recolhidos. “Em crimes com faca, geralmente o autor também se fere e deixa material genético. Se ele confessa, deveria indicar onde está a arma, mas ela não foi localizada”, destacou um perito ouvido pelo jornal Correio.
Além da ausência de provas materiais, a dinâmica apresentada no inquérito também levanta questionamentos. Segundo a versão da polícia, Thierry teria agido sozinho, abordando uma das mulheres para roubo e esfaqueando as outras quando tentaram intervir. Porém, especialistas consideram improvável que apenas um homem, com uma faca, tenha conseguido matar três mulheres sem que nenhuma delas escapasse ou conseguisse feri-lo. Nenhum material genético de defesa foi encontrado sob as unhas das vítimas.
Outro ponto que gera estranheza é a motivação. Thierry declarou ter roubado apenas R$ 30 das vítimas. Para peritos, a hipótese de latrocínio não se sustenta, já que não houve subtração de bens de valor e tampouco sinais de luta típica de roubo.
A ausência da arma do crime, a fragilidade das provas e a confissão de um suspeito em situação de vulnerabilidade reforçam a desconfiança sobre a condução do caso. “Sem provas materiais, confissão sozinha não se sustenta”, observou outro perito do DPT, lembrando que a repercussão nacional pode ter pressionado a polícia a apresentar rapidamente um culpado.
Enquanto isso, a Polícia Civil aguarda novos exames enviados ao DPT e mantém as investigações em sigilo. Câmeras registraram ao menos três pessoas circulando próximo ao local onde os corpos foram deixados, mas até agora não houve esclarecimento sobre quem seriam.
Por: correio
