Comerciantes deixam de aceitar Pix por medo de monitoramento da Receita Federal

Desde o início de 2025, a implementação de novas regras pela Receita Federal tem gerado apreensão entre comerciantes em todo o Brasil. As mudanças, que determinam o monitoramento de transações financeiras acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas, têm levado muitos empresários a repensar o uso do Pix como forma de pagamento.

Embora o governo tenha esclarecido que as novas normas não implicam na criação de impostos ou taxas sobre as transações, a possibilidade de maior fiscalização tem gerado insegurança. Alguns comerciantes, temendo eventuais complicações ou interpretações equivocadas por parte do Fisco, decidiram deixar de oferecer o Pix como opção de pagamento aos seus clientes.

“Eu prefiro evitar problemas. Não quero que a Receita ache que estou sonegando algo só porque recebi um Pix alto. Estamos voltando ao dinheiro em espécie ou transferências menores,” afirmou um comerciante do setor de alimentos, que optou por não se identificar.

A decisão de abandonar o Pix, no entanto, tem causado inconvenientes para os consumidores, que veem nessa ferramenta uma forma rápida e prática de realizar pagamentos. Além disso, especialistas em finanças alertam que abandonar o Pix pode dificultar a competitividade de pequenos e médios empresários, especialmente em um mercado cada vez mais digitalizado.

Apesar da resistência inicial, o governo reforça que o objetivo das medidas é combater a evasão fiscal e não penalizar os empresários. “O monitoramento é uma forma de garantir mais justiça tributária, sem infringir o sigilo bancário ou criar novos encargos para os cidadãos e empresas,” declarou um representante da Receita Federal.

Enquanto isso, muitos comerciantes aguardam mais esclarecimentos e buscam alternativas para equilibrar suas operações financeiras sem comprometer a segurança e a confiança de seus clientes.

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